Os filósofos estavam certos sobre a felicidade
Gostaria de saber a opinião de vocês sobre uma nova perspectiva a respeito da felicidade. Embora seja um conceito subjetivo, a ideia de felicidade geralmente segue um certo padrão. Muitos filósofos argumentam que a busca pela felicidade é frustrante e que nunca conseguiríamos alcançar essa suposta felicidade plena.
Agora, trazendo uma visão da psicologia, qual seria a perspectiva de vocês sobre isso?
Com base em diversos estudos e observações, pode-se afirmar, de forma resumida, que alcançar a felicidade plena é praticamente impossível, como já apontado por alguns filósofos. A questão central é que a existência da tristeza e de experiências negativas faz parte da própria definição de felicidade. Por mais paradoxal que pareça, não pode haver felicidade sem tristeza, assim como não pode haver tristeza sem felicidade. Ambas coexistem e se influenciam mutuamente.
Um experimento interessante sobre o tema foi o "Universo 25", conduzido pelo pesquisador John B. Calhoun. Nele, ratos foram colocados em um ambiente utópico, com comida, água e abrigo ilimitados. Inicialmente, os animais pareciam viver felizes, mas, com o tempo, começaram a desenvolver comportamentos anormais, houve uma deterioração das interações sociais e, eventualmente, a sociedade dos ratos entrou em colapso. Embora humanos não sejam ratos, o estudo analisou não apenas o comportamento dos animais, mas também as mudanças químicas cerebrais relacionadas à felicidade, que, quando em excesso, contribuíram para esse colapso.
Esse experimento ajuda a explicar por que algumas pessoas, mesmo tendo tudo, continuam infelizes. A felicidade não está necessariamente no objetivo alcançado, mas no processo e na forma como lidamos com ele. Em outras palavras, a verdadeira felicidade não está na recompensa final, mas no caminho percorrido para conquistá-la. Estudos indicam que pessoas que valorizam e aproveitam o processo da busca por seus objetivos tendem a ser mais felizes do que aquelas que focam apenas na conquista em si.
Assim, na teoria, a felicidade seria uma busca eterna, onde o próprio ato de buscá-la já faz parte do que chamamos de felicidade.