Uma resposta ao post sobre PitBull
De início, já quero deixar claro que concordo plenamente com o post original sobre a necessidade de cães de grande porte utilizarem focinheira em locais públicos. Além disso, acredito que cães com histórico de agressividade, independentemente do porte, também devem usar focinheira, enquanto todos os cães, de qualquer raça ou tamanho, precisam ser conduzidos com guia durante os passeios.
Superado essa questão, eu gostaria de abordar um ponto importante que surgiu nos comentários que é o preconceito que muitas pessoas têm contra a raça pitbull. Embora a raça seja frequentemente associada à agressividade, os dados mostram que pitbulls não são responsáveis pela maioria dos ataques.
De acordo com estudos, 48,4% dos ataques são causados por cães sem raça definida (SRD), enquanto pitbulls respondem por apenas 5,9% dos incidentes notificados. Além disso, raças pequenas também estão entre os principais envolvidos em ataques, como o Poodle, que é responsável por 7,4% dos ataques, mostrando que a questão vai além do porte físico ou da raça do animal.
Sobre a natureza dos ataques, é importante entender que cães não atacam "do nada" e é consenso entre os especialistas que todo cão sinaliza quando vai atacar, e normalmente os ataques são desencadeados por ações humanas contra os animais, como:
- Defesa de território: quando um animal sente que seu espaço está sendo invadido.
- Medo: ao se sentirem encurralados ou ameaçados.
- Proteção de recursos: como comida, filhotes ou brinquedos.
- Brincadeiras mal conduzidas: que podem ativar o instinto predatório ou provocar dor no anima
Por exemplo, é comum que crianças sejam vítimas devido à falta de supervisão e à dificuldade de reconhecer sinais de alerta emitidos pelo cão, como rosnados, retração dos lábios ou postura rígida.
Além disso, muitos ataques acontecem em locais privados (57,6%), como quintais ou dentro das casas, e geralmente envolvem pessoas conhecidas do animal, como membros da família. É por isso que o comportamento agressivo não é exclusivo de raças específicas e pode ocorrer com qualquer cão, dependendo das circunstâncias.
Mesmo animais socializados e treinados podem reagir agressivamente em situações de estresse ou provocação. A agressividade não é uma característica inerente de uma raça, mas sim um comportamento influenciado por fatores como criação, socialização, treinamento e condições de vida. O problema principal, portanto, é o despreparo de muitos tutores.
Muitos ataques poderiam ser prevenidos com educação e conscientização, desde o cuidado adequado com as necessidades do animal até o respeito por suas características e limites. Por isso, em vez de demonizar raças, devemos focar no que importa, a responsabilidade do tutor em oferecer condições seguras e adequadas para o convívio saudável entre cães e humanos. Isso protegerá não apenas as pessoas, mas também os próprios cães de situações que possam levar a tragédias.